domingo, 24 de abril de 2011

Ghost Rider

Pois é.

Foi inteiramente verdade quando lhe disse, há poucas horas atrás, que nunca antes eu viajara em feriado prolongado.

Lembro-me claramente de já ter feitos ótimas viagens a trabalho, lembro-me claramente que já viajei em períodos de férias anteriores e afins. Mas, em feriados prolongados, não. Sei posto que, todas as vezes em que assistia em casa as notícias dos andamentos nas rodovias paulistanas ou afins, eu me pegava torcendo, intimamente, para que chovesse (risos).

E, meu bem, graças a você e sua família, vivi, no auge de meus vinte e quatro anos, minha primeira viagem de verdade em feriado prolongado.

E foi muito bom. Mesmo...

Primeiramente pois, o clima estivera ótimo; muito sol, vistas panorâmicas, energia agradável. Segundo pois, confesso-lhe, sem absolutamente querer reclamar da minha que, sob inúmeros pontos de vista, é ótima, mas... pela primeira vez na vida... me senti em família.

E isso tudo mexeu demais comigo, confesso.

Fui criado em um clima de muitas batalhas, pouco sofrimento mas, infelizmente, de muito individualismo, sob vários aspectos imagináveis. Sei que, nunca tivemos o hábito de conversar, por exemplo, no almoço, diariamente, sentados em uma mesa e com a televisão desligada. Sei também que, por exemplo, nunca tive alguém para me dar bronca, pelo simples fato de comigo se importar, por me ver fazer coisas auto prejudiciais a minha saúde. Nunca tive e sequer tenho vaga lembrança de ver meu pai, como figura masculina do lar, sorrir a mesa, contar piadas, se sentir feliz.

Enfim.

Foi um lapso... o lapso de ter simplesmente convivido com uma família... normal. E ter ciência do quão isso me fez (faz) falta. Do quanto é bom se sentir querido. Enfim.

Por conta disso, meu bem, confesso, fiquei mais sob tensão do que o normal; enfim. Foi por não saber como se portar, foi por não saber como agir, foi por pensar que aquilo logo iria acabar e que, invariavelmente... meus dias seriam mais cobertos de silêncio e individualismos novamente.

O importante ao homem, ao ser humano enfim, é sentir-se amado, independentemente das desavenças comuns entre os mesmos. O resto... é simplesmente o resto.

Só o que posso, finalmente, é agradecer-lhes. Agradecer-lhes pela nova oportunidade oferecida. Agradecer-lhes por toda a enorme hospitalidade concedida. Agradecer-lhes se importarem comigo. Agradecer-lhes, enfim, por me mostrarem a vida sob uma nova perspectiva; por me apresentarem um exemplo do qual eu pretendo seguir daqui para frente, por toda a minha vida, rumo a felicidade espiritual que nos é reservada. É claro, por sofrer ausências desde sempre, possuo um repertório diferenciado para saber como educar e dar amor aos meus futuros filhos. Mas agora... senti na pele, via experiência real, o que é ter de fato uma família e o quanto isto pode, por conscequência, mudar nossas vidas...

Muito obrigado.

Por fim e antes tarde do que nunca, gostaria de utilizar o mesmo espaço para desculpar-me. Sei que não me portei como é de meu costume. Sei que não me portei, muito provavelmente, como deveria. Sei que me portei como alguém que não dá valor ao que se foi feito. Mas, acredite-me; jamais me sentira anteriormente tão unica e exclusivamente... feliz.

Me perdoa?

E continuarei batalhando, por todos os dias de minha vida, para ser uma pessoa melhor e poder quem sabe, um dia, retribuir, ao menos 1%, tudo o de bom que você fez e faz por mim.

Sob análise macro, pode não parecer grande coisa, mais para mim é; Muito obrigado por tudo.

Eu Amo Você.

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