Música, again. Não tem jeito, é minha maior paixão, minha principal razão de viver... e por ai vai.
E hoje falarei de um estilo musical que foi um grande responsável pela minha formação de caráter, amadurecimento musical e porque não na vida... e enfim. Falarei sobre a música progressiva, ou o rock progressivo... falo música pois acho complicado classificar música progressiva como uma vertente do rock... e um outro dia explico o porque.
Pois bem. O início da minha vida musical, como já disse anteriormente, foi ouvindo muito pink floyd e MUITO rush. E, honestamente falando, na época eu tinha um preconceito muito maior do que tenho hoje com relação a música. Era meio que só isso que existia na minha cabeça voltada a música (ok, tinha tambem beatles, the who, the police, sting solo... talvez karnak e mais algumas outras coisas), por tanto, acreditem-me... eu ouvia MUITO rush, lia MUITO sobre rush, engolia cada sílaba, cada nota... e enfim.
Porém, lendo sobre a história da banda... lia muito a palavra "rock progressivo"... pois o rush já havia, de acordo com essas leituras, "flertado" com o estilo (coisa que não nego: mais não concordo 100%. A idéia da música progressiva é misturar o rock com outros estilos, principalmente com a música clássica. E essa nunca foi a idéia do rush... eu classificaria o rush como rock and roll mesmo, pois é isso o que eles gostam de fazer), foi aí então que minha vida mudou.
Comecei a pesquisar a fundo sobre o tal rock progressivo, através da internet, do rádio, de revistas... enfim, completamente envolvido com vários veículos de comunicação. E fui descobrindo... Yes, Gentle Giant, Van Der Graaf Generator, King Crimson, Focus, Jethro Tull, Premiata Forneria Marconi, Genesis, enfim... descobri milhares... realmente milhares de nomes de bandas, ouvi milhares de discos... e durante determinado tempo, era só o que eu ouvia... e quanto mais bizarro melhor.
Todas aquelas suítes... realmente MARAVILHOSAS, discos com três faixas apenas, músicas acima de 20 minutos de duração... enfim, hoje em dia não ouço a música progressiva com a mesma paixão, mas sem dúvidas a mesma foi fundamental na formação do meu caráter, no meu "eu intelectual", na aprendizagem de um novo idioma... enfim, hoje ainda considero-me um apaixonado pela mesma, mas definitivamente não com a mesma intensidade que fui outrora.
O início do rock progressivo, foi marcado pelo rock psicodélico, este quase que predominante no final dos anos 60, início dos anos 70. Inúmeras bandas da época flertaram com toda psicodelia da época, como os Beatles e o clássico "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band", The Who com "Tommy" e "Who´s Next", The Zombies com o magnífico "Odessey And Oracle", o fabuloso "Pet Sounds" dos Beach Boys... enfim, e um que marcou história na história do rock psicodélico, e, posteriormente, na música progressiva. O megalomaníaco "The Pipper At The Gates Of Down", primeiro disco do Pink Floyd, a época, com o gênio Syd Barret a frente da banda.
Outras bandas que mais tarde definiram sua identidade no rock progressivo, começaram com rock psicodélico, inspirados em The Pipper At The Gates Of Down, bandas como o Yes e seu primeiro álbum auto-intitulado, genesis, e estes dois estilos tiveram repercussão até no Brasil, com uma das maiores bandas de todos os tempos da história do rock em minha opinião: Os Mutantes.
Mas enfim, o amadurecimento do rock psicodélico do final dos anos 60, veio a se tornar o rock progressivo, do início dos anos 70, atingindo seu ápice entre 1973 a 1976, em minha humilde opinião, é claro.
E aqui, vai mais um presente aos interessados no rock progressivo, este que mudou completamente minha vida. Vou disponibilizar um dos álbuns mais clássicos de toda a história da música mundial, um álbum perfeito, enigmático, com belíssimas melodias e arranjos, cheio das mais incríveis peculiaridades, e enfim.
Apresento-lhes The Dark Side Of The Moon, a OBRA PRIMA de Pink Floyd.
http://w14.easy-share.com/828299.html?F21
Lado A:
- "Speak to Me/Breathe" (Nick Mason, David Gilmour, Roger Waters, Rick Wright) - 3:59
- "On the Run" (Gilmour, Waters) - 3:35
- "Time/Breathe (Reprise)" (Gilmour, Waters, Wright, Mason) - 7:04
- "The Great Gig in the Sky" (Wright) - 4:48
Lado B
- "Money" (Waters) - 6:24
- "Us and Them" (Wright, Waters) - 7:49
- "Any Colour You Like" (Gilmour, Wright, Mason) - 3:26
- "Brain Damage" (Waters) - 3:50
- "Eclipse" (Waters) - 2:04 Lado A
The Dark Side Of The Moon tem um dos mais peculiares trabalhos de áudio em todos os tempos, desde captações a mixagem e a masterização, é um dos trabalhos mais ousados e perfeitos para época, porém considero um trabalho atemporal.
O álbum contém alguns dos mais complicados usos dos instrumentos e efeitos sonoros existentes à época, incluindo o som de alguém correndo à volta de um microfone e a gravação de múltiplos relógios a tocar ao mesmo tempo. Uma versão quadrifónica, foi também editada com novas misturas. Durante as gravações os Pink Floyd desenvolveram novos efeitos tais como gravações em duas pistas das vozes e guitarras (permitindo a David Gilmour harmonizar consigo próprio impecavelmente), vozes dobradas e efeitos estranhos com ecos e separação dos sons entre os canais. Até hoje, Dark Side of the Moon é uma referência para os audiófilos que o usam para testar a fidelidade, dos equipamentos de áudio.
Outra característica do álbum são os trechos de diálogos entre as faixas. Os Pink Floyd entrevistaram várias pessoas, perguntando-lhes coisas relacionadas com os temas centrais do álbum, como a violência e a morte. O roadie “Roger The Hat" aparece em mais que uma (give ‘em a quick, short, sharp, shock...”, “live for today, gone tomorrow, that’s me...”). A frase no fim do álbum “there is no dark side of the moon really…matter of fact it is all dark” é do porteiro do estúdio Abbey Road, o irlandês Jerry Driscoll. Paul McCartney foi também entrevistado mas as suas respostas foram consideradas demasiadamente cautelosas para serem incluídas
Nos EUA, Dark Side of the Moon é o 18º álbum mais vendido de sempre, tendo permanecido 740 semanas nas tabelas da Billboard magazine, tendo no seu período mais longo permanecido 591 semanas consecutivas. O álbum chegou a Nº 1 nos EUA, Bélgica e França, até em 2002, 30 anos após o seu lançamento, foram vendidas nos EUA mais de 400,000 cópias, fazendo do álbum o 200º mais vendido desse ano. Em 2003 mais de 800,000 cópias do híbrido SACD de Dark Side of the Moon foram vendidas apenas nos EUA. “Time”, “Money”, e “Us and them” foram bastante tocadas nas rádios (sendo o single “Money” um sucesso de vendas também).
E pra finalizar esta humilde (realmente humilde, perto do que merece ser comentado sobre dark side of the moon) resenha, é a incrível sincrônia descoberta em 1997 entre o álbum e o filme The Wizard Of Oz.
E é comprovado: Sincronizando perfeitamente disco com o filme, o disco, até tocado pela quarta vez seguida, serve como a mais perfeita trilha sonora para o filme.
Algumas das peculiaridades da soncronização:
2min15s - Aparece em cena um triângulo análogo ao da capa do disco, pendurado em uma árvore.
2min50s - Dorothy vira a cabeça quando o verso "Look around and choose your own ground" é cantado.
3min55s - Dorothy se equilibra na cerca quando o verso "And balanced on the biggest wave" é cantado. O ritmo da música muda assim que ela cai da cerca.
7min55s - Os relógios de "Time" começam a tocar quando a bruxa má entra em cena com sua bicicleta.
11min - Enquanto Dorothy sai de casa, o verso "No one told you when to run, you missed the starting gun" é cantado.
13min50s - Quando o vidente diz à Dorothy que ela deve voltar para casa, é cantado o verso "Home, home again".
e enfim... são inúmeras coincidências. E existem milhares de teorias a respeito da sincronização. Os próprios integrantes negam de pés juntos qualquer intenção de sincronia entre filme e disco. E grande parte dos fãs acreditam que realmente não foi de propósito... mais com tantos fatos incontestáveis, eu acredito que é inegável que este sincronismo foi feito propositalmente por parte do Pink Floyd. E o motivo mais forte para tal é que o Pink Floyd foi quase contratado como banda para fazer a trilha sonora para o filme... porém, o responsável por tal mudou de idéia achando-os incapazes de compor uma boa trilha sonora por serem músicos de rock, contratando assim uma orquestra e por ai vai. E a resposta veio com The Dark Side Of The Moon.
E caí pra nós, que resposta, hein?
Crazy Diamond.